Aves marinhas
como indicadores de qualidade ambiental nos oceanos vêm ganhando destaque em
pesquisas e publicações dentro das mais diversas áreas, pois refletem
alterações na saúde destes ecossistemas. Nestas aves, a microbiota é afetada pela alimentação, o ambiente em que
vivem, contaminação de origem industrial e humana e infecção por organismos
patogênicos. Com aumento do número de
indivíduos da espécie Larus dominicanus em regiões costeiras
próximas a centros urbanos, observa-se importante potencial para que essas aves
sejam consideradas vetores disseminadores de espécies patogênicas ao homem e
também problemas associados às próprias colônias reprodutivas. O objetivo deste
trabalho foi o de identificar a microbiota da espécie Larus dominicanus,
assim como o de identificar esses animais como potenciais vetores de
transmissão de bactérias e doenças. Foram
coletadas 39 amostras de swabs cloacais, sendo que 17 amostras foram obtidas no
arquipélago de Moleques do Sul, 13 amostras no arquipélago de Tamboretes e 9
amostras na Ilha do Lobos, correspondendo a 43,6%, 33,3% e 23,1% do total de
amostras respectivamente. Em relação à microbiota, foram identificadas um total
de 33 espécies de bactérias pertencentes a 12 gêneros distintos para ambas as
ilhas. Para Moleques do Sul foi identificado um total de 14 espécies, enquanto
que para a ilha de Lobos, seis (06) e para a ilha de Tamboretes 13 espécies de
bactérias. No entanto, existem alguns fatores que podem estar associados
ao maior número de espécies registradas para as ilhas. Para Moleques do Sul,
fora da temporada reprodutiva, a gaivota é frequentemente vista alimentando-se
em aterros sanitários próximos as cidades de Palhoça e Florianópolis, enquanto
que para a ilha de Tamboretes, sua localização está próxima a Joinvile, maior
cidade e polo industrial do estado de Santa Catarina. A ilha de Lobos
apresentou menores valores de diversidade, riqueza e equitatividade da
microbiota associada. O menor número de amostras para essa ilha pode refletir
os resultados encontrados. No entanto, para análises microbiológicas, muitas
vezes o n amostral não é decisivo para identificação de espécies e/ou do
resultado obtido. Desta forma, espera-se melhores condições de salubridade
associadas a esse ambiente. Ou seja, há clara evidência de que Moleques do Sul, ilha que está distante 11 km da costa (próxima a Florianópolis) e Tamboretes, distante 6 km da costa (próxima a Joinvile), locais de reprodução da gaivota e outras aves, estão com a qualidade ambiental comprometida, em função de estarem próximas a centros urbanos. Um monitoramento contínuo é recomendado, assim como medidas de mitigação, adequação e controle, que garantam a salubridade ambiental local.
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