Olá pessoal!
Em nosso último post falamos um pouco sobre alguns dos congressos e eventos das
quais participei, além de alguns trabalhos publicados. De acordo com o
prometido, vamos colocar algumas fotos e os primeiros registros do trabalho de
doutorado que estou fazendo. Mas antes, falar um pouco de como tem sido minha
rotina. Escrevo de São Carlos, uma cidade de aproximadamente 300 mil
habitantes, que fica no interior. Bom, de interior não vejo nada por aqui.
Aliás, é impressionante o que essa região produz em termos de ciência. Só nesta
cidade, temos dois campi da USP, mais a UFSCar, na qual sou aluno. Esta é uma
Universidade Federal, a única no interior do Estado de São Paulo, e que foi a
primeira instituição a criar um curso de pós-graduação stricto sensu na área de ecologia no Brasil. Para se ter idéia, em
um raio de 150 km, talvez menos, temos ainda a UNESP, a UNICAMP e mais
instituições particulares de renome nacional e internacional.
Bom, a disciplina que estou fazendo chama-se
ecologia de comunidades. Para mim que estuda os aspectos da ecologia das aves
marinhas, nada melhor. Muito importante conhecer um pouco mais dos aspectos de
interação entre as diversas espécies, como se conectam, como competem por
recursos e que estratégias desenvolvem para persistir na dura luta pela vida em
ambientes hostis, como é o caso do ambiente marinho. Aliás, tudo é muito bonito
na teoria, mas para modelarmos e compreendermos todos esses aspectos, muita
matemática entra em jogo. Estatística daqui, probabilidade de lá e algoritmos que
são intermináveis. Mamãe sempre me falava...meu filho, você deve fazer medicina,
ou algo que lhe dê um retorno financeiro, e eu respondia, mas mãe, eu quero
uma área que não preciso fazer cálculos.
Vai entender!!
Enfim, as saídas de campo estão a todo vapor. São
duas saídas mensais que estamos fazendo, uma para Moleques do Sul e outra para
o arquipélago de Tamboretes. Muitas gaivotas já foram marcadas com anilhas metálicas
e coloridas, que vai nos ajudar a entender o padrão de dispersão dessas aves no
litoral catarinense. Amostras para análise de DNA foram retiradas, assim como
amostras de fezes e penas. Nas fezes alguns dos resultados já deram positivos
para inúmeras bactérias. Das amostras avaliadas,
observou-se a presença de diversas espécies de bactérias, totalizando 27
bactérias de 10 gêneros distintos de Gram negativas. No isolamento em meio
seletivo para Gram positivos, obteve-se7 bactérias pertencentes a 3 gêneros
distintos. O estudo agora é tentar descobrir se esse tipo de
contaminação afeta diretamente as colônias de aves ou não. Já com as penas,
alguns tristes resultados apontam para contaminação por metais pesados. Fora o
lixo encontrado nas ilhas, utilizados inclusive para a construção dos ninhos
das gaivotas. Mas a natureza é sábia e sempre dá um jeitinho.
Bom, em breve traremos mais informações e
esperamos que você curta os nossos posts. Caso tenha interesse no trabalho e
queira tirar dúvidas, por favor, entre em contato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário