Na semana passada reouvi o antigo disco Tropicália no qual o maestro Rogério Duprat colocou-se décadas à frente de seu tempo, mesmo com os poucos recursos disponíveis. No YouTube também vi a brilhante coreografia Single Ladies de Beyoncé. Se quisesse, ela poderia aparecer dando piruetas na boca de um dragão furioso, mas optou por um fundo branco simples e uma gravação em branco e preto para valorizar seu trabalho. Na telona vi o filme Avatar e seu moderníssimo recurso 3D requentar a história de Pocahontas com selvagens tão bonzinhos que nem se alimentam e uma floresta tão irrealmente linda que depois dela todas outras (as de verdade) ficam xoxas. Um artigo do australiano Robert Kay na revista Tiempo fala sobre a fixação que temos por obras inauguráveis (não só políticos ávidos por votos, mas cidadãos em geral), em oposição ao trabalho ambiental de raiz, educacional e junto das pessoas.
Minha semana fez algum sentido ? A tecnologia nos ofereceu ferramentas tão boas que esquecemos o que elas são de fato. Ferramentas não substituem a capacidade, criatividade e envolvimento de seus usuários. Uma grande obra ambiental como uma usina de compostagem, um piscinão ou a descontaminaçã o de um rio podem atrair a atenção pública, mas significam pouco sem o envolvimento individual. Piscinões entopem com o lixo que as pessoas jogam nas ruas, grandes usinas de compostagem precisam que antes separemos o lixo. Infelizmente não há atalho para aumentar o envolvimento das pessoas, a não ser a boa e velha educação e o contato pessoal. Só conseguimos convencer pessoas a mudar hábitos com nosso próprio envolvimento. Ferramentas são úteis se e somente se forem bem utilizadas. Elas não substituem um grupo de pessoas focado e estimulado. Nesta semana também a Prefeitura de Londrina inaugurou uma pequena composteira para tratar os resíduos orgânicos do prédio. É uma ferramenta que desenvolvemos ao longo de anos tratando resíduos, pode ajudar muito, mas sozinha não é solução para nada. O que decidirá o resultado final é como as pessoas utilizarão esta ferramenta. A solenidade até pode ajudar a chamar um pouco a atenção, mas ferramentas não funcionam sozinhas. Em um mundo de ferramentas tão impressionantes, esquecemos que desde uma chave de roda até um Colisor de Hádrons precisam de alguém que lhes dê sentido. Não espere ter a melhor ferramenta do mundo para começar a trabalhar pelo seu sonho ambiental. Você e alguns amigos podem fazer muito com uma idéia na cabeça e uma pá na mão.
Minha semana fez algum sentido ? A tecnologia nos ofereceu ferramentas tão boas que esquecemos o que elas são de fato. Ferramentas não substituem a capacidade, criatividade e envolvimento de seus usuários. Uma grande obra ambiental como uma usina de compostagem, um piscinão ou a descontaminaçã o de um rio podem atrair a atenção pública, mas significam pouco sem o envolvimento individual. Piscinões entopem com o lixo que as pessoas jogam nas ruas, grandes usinas de compostagem precisam que antes separemos o lixo. Infelizmente não há atalho para aumentar o envolvimento das pessoas, a não ser a boa e velha educação e o contato pessoal. Só conseguimos convencer pessoas a mudar hábitos com nosso próprio envolvimento. Ferramentas são úteis se e somente se forem bem utilizadas. Elas não substituem um grupo de pessoas focado e estimulado. Nesta semana também a Prefeitura de Londrina inaugurou uma pequena composteira para tratar os resíduos orgânicos do prédio. É uma ferramenta que desenvolvemos ao longo de anos tratando resíduos, pode ajudar muito, mas sozinha não é solução para nada. O que decidirá o resultado final é como as pessoas utilizarão esta ferramenta. A solenidade até pode ajudar a chamar um pouco a atenção, mas ferramentas não funcionam sozinhas. Em um mundo de ferramentas tão impressionantes, esquecemos que desde uma chave de roda até um Colisor de Hádrons precisam de alguém que lhes dê sentido. Não espere ter a melhor ferramenta do mundo para começar a trabalhar pelo seu sonho ambiental. Você e alguns amigos podem fazer muito com uma idéia na cabeça e uma pá na mão.
Efraim Rodrigues, Ph.D., é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores.
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